O carrasco e o garrote
Enquanto arrastava o corpo de Simba, o leão, seu pai chorava.
Ironicamente, a morte dele tinha partido de quem mais o protegia e amava.
Chorava porque não havia sido sua culpa!
A sucessão de fatos que ocorreram e levaram ao fim a “fera faminta”, não eram minimamente relevantes.
A questão é que Simba agira mal e que precisava ser punido.
E sempre punimos quem amamos para torná-los seres melhores.
De fato, a punição ocasionara a morte de Simba, mas não era sua culpa!
Olhando para Simba ele sabia que ele o perdoaria, afinal era sua profissão, sua natureza.
Tinha certeza que Simba teria perdoado como perdoam aqueles que não tem opção, por amor, ódio ou medo.
Ele sempre fora quem segurava o chicote, o protetor com o bastão elétrico.
Aquele que mantinha os outros humanos presos do lado de fora da jaula.
Porem, o Criador da fera era um homem consciencioso, de modo que ninguém se engane achando que ele sentia auto-piedade, pois o conceito de auto-piedade encontra limite na senciência, ou no também denominado auto-conhecimento.
Não há auto-piedade na autocrítica.
Simba, a “fera faminta”, que tantas vezes ele fizera rugir em um teatro que gerava sustos de uma platéia sedenta de sangue.
A fera cativa, torturada e moldada durante toda sua vida para servir e divertir os humanos.
Que havia negado seus instintos e aprendido a amar e respeitar o portador do chicote, seu executor.
Após tantos anos de sofrimento, agora jazia morta, culpada por ser o que era.
Agora, enquanto aguardava o dono do circo, fumando seu cigarro e olhando para o corpo de sua vítima; Agora que todos haviam se retirado, ele sentia o aperto no peito, aguardando sua punição e chorando...
Porem, quanto vale as lágrimas do carrasco, ao perceber o garrote em seu pescoço?
4 Comments:
Uma desistência a menos!
Mais do que isso, um ótimo texto. ;)
Eu entendo que sim...
Sabe, dizem que se um artista não consegue transmitir com clareza o significado da sua obra é pq ele não vale o que ele acha que vale.
Embora eu seja um "vandalo" (...rs) vou tentar fazer a proxima mais clara e escrever enquanto estiver sóbrio.
A bem da verdade, a imagem apenas se formou e eu transcrevi.
Não questionei nem analisei as idéias que brotavam.
Eu me senti um mero narrador.
A tua pergunta, portanto, não tem resposta pq eu também não sei!
Por outro lado estou tentado a dizer que ele se excedeu, ele destruiu a unica coisa que lhe fornecia sustento, destruiu uma vida, uma amizade. Matou seu filho (eu nem sei o que eu faria se eu matasse o Kaputz!).
Porem minha explicação equivale aos cálculos que fazemos no colégio, depois que sabemos a resposta correta, apenas para justifica-la (eu sou o autor o que eu dissesse seria o correto).
Ah, sim, este texto É de autocritica...rs.
Bjos,
Eduardo
Uma outra autocritica que faço sobre meu texto é em relação ao sempre PUNIMOS...Eu sempre puno, quer dizer, ele...rs
No meu outro blog eu fiquei fazendo exercícios de primeira pessoa e, no primeiro texto fora de lá, voltei a me esconter atrás do senso comum (do meu senso comum).
Obrigado pelos comentários.
Bjs
Mto bom o seu texto mesmo guri! Que sensibilidade. A parti de hoje vou fazer questão de sempre dá uma olhada nos seus textos. Mto bons. Hoje li quse todos. Depois envio algum comentário. Bjos.
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